quinta-feira, 7 de julho de 2016


O crime tem duas pontas. Uma cativa, a outra aponta.Todas as mães podem perder os filhos para o crime. Blindam os carros no Rio de Janeiro, como se o carro fosse o próprio corpo. Prendem os filhos no Rio de Janeiro, como se o crime abandonasse um corpo preso. Abandonam os corpos no Rio de Janeiro. Os nomes das mães tatuados, as mães nos braços dos presos. As mães olham os ponteiros. Nas duas pontas do crime, tombam os filhos. Cortam uma ponta do crime e ele se espalha em torno de tudo, marginal. Todas as mães podem estar sozinhas.

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