segunda-feira, 11 de maio de 2009

MINHA BELA DA TARDE

Queria que ela deitasse a cabeça
caracóis pretos no meu colo
entregasse o ventre
carente
saudosa
e esquecesse todo o mundo que ainda pode chegar.
Queria que ela viesse correndo e girasse nos meus braços
e aceitasse os meus carinhos todos
e gostasse
e esperasse ansiosa a hora de me encontrar.
Queria que ela não ficasse inquieta
esperando
procurando
escapando
e se aconchegasse tranqüila no meu edredom
Mas chego e ela faz uma festa morna
retorce o corpo pra eu não segurar
salta da minha cama sem disfarce
-- cabeçadas na porta até eu abrir --
e espera por eles na sala,
posso chamar chamar chamar que ela não volta.

ouve o elevador e a chave no trinco
late aflita de amor
minha bela, minha Belinha,
e passa quarenta minutos de rabo abanando lambendo as canelas da minha mãe.